Seriedade e credibilidade, eis a questão.

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Por Nelson Vieira*

Já não sou mais criança faz algumas décadas. Bom tempo aquele, era ingênuo, pueril, acreditava nas pessoas, principalmente nos idosos, inclusive no ancião de barba longa e branca, conhecido de todos pela alcunha de: Papai Noel.

Ouvia histórias sobre homens que se destacaram por atos de bravuras. Segundo historiadores, muitos tiveram as vidas ceifadas, ainda jovens. Foram exemplos de cidadania, de civismo para gerações futuras. Hoje, integram a galeria dos heróis da nação.

Isso foi no passado, porque os exemplos que aí estão, são negativos, em nada ajudam no campo positivo, somente contribuem para o imoral e fazem escola. 
Vergonha! Ficar com a face rubra pela pratica de ato indecoroso, sai meu, isso não existe mais. É na cara dura mesmo deslavada.  
Pois é eu acreditei nos homens, que decepção! Não adianta, nem choro e nem vela, a coisa está preta e, há sinais, prenúncios de tempestades mais para frente. 
Temos todos os tipos de pessoas, entre essas, uma grande parte ainda acredita nas “histórias da carochinha”, e disso os espertos revestidos de cordeiros agindo como lobos, tiram vantagens.

A lista dos desonestos, dos impatrióticos é enorme e, quase sempre são os mesmos nas mais diversas ações de lesa pátria, que se tem conhecimento por intermédio da imprensa. Algo difícil anteriormente de vir a público, as mazelas em desfavor do povo.

Chama a atenção os atos desavergonhados praticados por aqueles que deveriam dar exemplos de boa conduta, mas que, no entanto, parecem não estarem nem aí, talvez crêem que estejam acima de todos, no topo, tendo as leis e tudo mais abaixo deles. Não era para ser assim, mas acontece.

Os jornais, as revistas, a mídia tem dado ênfase a essas nojeiras que mancham o país e faz lembrar as palavras do General Charles de Gaulle: “O Brasil não é um país sério”.

Infelizmente o Brasil está acometido de uma enfermidade crônica, isto é, que perdura a muitos anos no “corpo”. Ela teria iniciado pela cabeça, mas em seguida alastrou-se e pode ser notada em todos os membros. Foi diagnosticada pelos entendidos no assunto, com sendo: SÍNDROME DA CORRUPTELA (aquilo que corrompe ou é corrompido).

A cura dessa “doença” é dificílima e depende muito da vontade de acabar com ela. O combate é árduo e não tem tempo determinado para debelá-la, mas tem início, basta querer. O remédio? Hum! Creio que os senhores sabem qual o “antibiótico” mais indicado para os que contraíram a doença e necessitam de tratamento. Para evitar a propagação (interromper a cadeia de transmissão) do mal, o melhor mesmo seria a imunização da população contra a praga, mediante vacinação. Cuja metodologia seria a aplicação da vacina, a partir dos superiores.  Casos de reincidências seriam analisados em apartado, para receberem os devidos cuidados.

Enquanto isso, o lamaçal aumenta aos olhos da população, que tudo vê, mas nada faz, está atônita, entorpecida, uma pena. É uma sujeira atrás da outra. Mãe de Deus! Como tem fichas sujas!

No mato, o camponês diz que: “vaca de rabo sujo no mangueiro, acaba sujando as outras”. Simples mas verdadeiro.Para encerrar faço minhas as palavras do patriota Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. Palavras atualíssimas.

*Nelson Vieira é APF – Aposentado, ex-presidente da ASSOFEDERAL-MS  e ex-diretor da ANSEF, no estado de Mato Grosso do Sul.

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