Sem fechar acordo salarial com o governo em 2012, os policiais federais já se preparam para uma eventual paralisação. Alegam que a equipe da presidente Dilma Rousseff os trata com descaso e de forma diferenciada em relação às demais carreiras típicas de Estado. Por isso, agentes, escrivães e papiloscopistas (EPAs) aprovaram, na última semana, por unanimidade, a criação de um fundo de greve, que já conta com mais de R$ 1,3 milhão. Os recursos, provenientes de vitórias em antigas ações judiciais, são para custear desembolsos emergenciais de salários, aposentadorias e viagens. Não está descartada a hipótese de eles cruzarem os braços antes do início da Copa das Confederações, que acontecerá entre 15 e 30 de junho.
O presidente da Federação Nacional do Policiais Federais (Fenapef), Jones Leal, contou que a ideia de reunir reservas financeiras surgiu após a percepção de que o Executivo estimula a evasão de policiais, ao cortar investimentos e passar competências da corporação a outras instituições. O que acontecerá daqui para frente, disse ele, vai depender do cumprimentos de antigas promessas e do rumo que as conversas com o Ministério do Planejamento vão tomar. “Não é nossa intenção colocar o governo contra a parede. Mas, se houver desgaste nas negociações, será difícil segurar a base”, assinalou.