RIO – Dez suspeitos de preparem atos terroristas durante a Olimpíada foram presos, nesta quinta-feira, pela Polícia Federal, informou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em entrevista coletiva. Foram expedidos 12 mandados de prisão contra o grupo. As prisões, feitas em São Paulo e no Paraná, foram as primeiras com base na lei antiterror, segundo o colunista do GLOBO, Lauro Jardim. O grupo foi recrutado pelo Estado Islâmico pela internet. Um menor foi apreendido na operação.
Segundo o ministro, o serviço de inteligência do governo detectou que o grupo preso hoje passou de simples comentários, via Telegram e Whatsapp, para, de fato, “atos preparatórios” de ataques.
De acordo com a revista “Época”, os suspeitos seguiam o mesmo roteiro dos terroristas envolvidos nos atentados em Orlando, nos Estados Unidos, e de Paris, na França. Eles foram recrutados pela internet e juraram lealdade ao Estado Islâmico, enquanto discutiam os possíveis alvos no Rio. Com autorização judicial, a Polícia Federal monitorou mensagens trocadas pelo grupo nas redes sociais, sobretudo Facebook e Twitter.
Nas mensagens, a PF descobriu que, além do plano para fazer um atentado terrorista na Olimpíada, eles relatavam compras de armamento, informou a “Época”.
O perfil dos alvos, segundo investigadores, encaixa-se no grupo que é hoje considerado o de maior risco entre os brasileiros investigados. São recém convertidos ao islamismo, que se frustraram com o tom pacifista das mesquitas brasileiras e buscaram na internet o radicalismo propagandeado pelo Estado Islâmico. A inteligência brasileira trabalha com 50 alvos. Todos os presos pela PF estavam nesta lista.
O temor por atentados terroristas durante os Jogos Olímpicos está mobilizando o governo brasileiro e os de vários países que participarão da Olimpíada. Nesta terça-feira, o governo francês desmentiu que houvesse o planejamento de um ataque terrorista à delegação olímpica do seu país, que teria a participação de um brasileiro supostamente ligado ao Estado Islâmico. Segundo a França, a informação é falsa. Ela foi publicada no site da Assembleia Nacional francesa, sendo depois divulgada pelo jornal “Libération”, na quarta-feira da semana passada. O desmentido foi enviado ao Ministério da Defesa brasileiro pelo diretor de Inteligência Militar da França. No documento, ele afirma que a conclusão vem de um trabalho conjunto feito por órgãos de inteligência de vários países, incluindo o Brasil.
Na última quarta-feira, o governo da França solicitou ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil que reforce a segurança de escolas e consulados franceses. O pedido foi enviado pelo Itamaraty a 19 secretarias estaduais de Segurança, que determinarão como se dará o reforço.
Nesta segunda-feira, os aeroportos começaram a utilizar as novas regras da Agência Nacional de Aviação (Anac) para inspeção de passageiros e bagagens de mão em voos domésticos.
Fonte: O Globo