Nesta quarta-feira, 28, os dirigentes da Ansef Nacional foram surpreendidos por uma nota emitida pelo presidente da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), Marcos Leôncio, trazendo inexplicável e inédito ataque à entidade, acusando-a do grave delito de buscar a união entre todas as categorias existentes na Polícia Federal. A nota, de conteúdo retrógrado e desagregador, demonstra – com clareza – a inquestionável falta de compromisso para com a instituição que abriga a todos nós, evidenciando o indisfarçável interesse corporativista daquele dirigente.
O dirigente maior da ADPF questiona o trabalho que vem sendo feito pela Ansef Nacional em conjunto com as entidades de classe da Polícia Federal. “Por tudo isso, eu me pergunto se uma “união” liderada pela ANSEF e estimulada por alguns Delegados como alternativa à Fenapef será capaz de modificar um quadro político que nem mesmo o DG e o MJ estão conseguindo superar?”, questiona o presidente da associação dos delegados.
Em nenhum momento das atuais tratativas, as entidades cuidaram de assuntos referentes à recomposição salarial, quer seja no campo da reestruturação da carreira ou da reposição inflacionária nos defasados contracheques dos servidores. No entanto, asseguramos que temos plena consciência de que – alcançada a união -, tudo isso poderá ser concretizado. Diferentemente daquilo que apregoa a presidência da ADPF, a Ansef não será alternativa à Fenapef no tratamento destas questões de cunho estritamente sindical. Ao contrário do que pensa o presidente da ADPF, nós da Ansef acreditamos firmemente na união das entidades e asseguramos que está muito próximo o dia em que todos nós lutaremos juntos – em luta uníssona e falando a mesma língua – mostrando a nossa força nas negociações com o governo. Divididos, não iremos a lugar nenhum.
Não há como negar o esfacelamento da Polícia Federal diante da notória política segregacionista promovida pelos atuais dirigentes da ADPF nos últimos anos, ora quebrando acordos formulados, ora mostrando ingerências no sentido de impedir o prosseguimento de negociações. Buscar a união de todas as categorias, portanto, nos parece benéfico e sensato. O entendimento se nos afigura como uma maneira coerente e simples de recuperar o que restou da outrora “família policial federal”, quando o bom relacionamento era a tônica da relação entre todos e a paz no ambiente de trabalho era fator preponderante nos resultados obtidos pela instituição em prol da sociedade brasileira.
Sonhamos sim – e isto não negamos! – com o dia em que voltaremos a ter a instituição pacificada. Voltará o tempo do companheirismo, da amizade, do respeito e da solidariedade. Temos a certeza de que esta segregação é passageira. Ela não prosperará! Nenhuma entidade de classe deve ser tão prepotente ao ponto de achar que poderá trilhar sozinha o seu caminho, obtendo vitórias isoladamente, sem o necessário e imprescindível apoio das demais categorias. Isto é puro isolacionismo!
Dessa forma, comunicamos a todos que jamais aceitaremos a tutela proposta pela diretoria da ADPF e reiteramos o inarredável compromisso da Ansef em seguir cumprindo os seus objetivos de integração constantes do seu estatuto social formulado há 35 anos. Garantimos que continuaremos a luta incessante de buscar o entendimento entre as categorias e repudiamos a tentativa de patrulhamento dos atos da Ansef Nacional. Isto jamais aceitaremos!
Juntos, seremos muito mais fortes!
A Diretoria.
Para melhor compreensão, veja, a seguir, a opinião do delegado Marcos Leôncio, presidente da ADPF, sobre a Ansef Nacional:
De Marcos Leôncio
(28 de agosto de 2013 00:36)
Me permitam expor a singela impressão de quem participa já há algum tempo de mesas de negociação coletiva com o governo sobre o atual contexto do órgão.
A Direção-Geral da PF e o Ministro da Justiça desejam uma saída honrosa para a atual situação dos EPAs. Todavia, há limitações políticas e econômicas que não lhes permitem maiores avanços e alternativas. O governo atual tem uma lógica de agir, marcada pelo pragmatismo e coerência na mesa de negociação coletiva do MPOG que estão muito além das forças do DG e do MJ.
A Fenapef prefere porém mostrar que falta vontade política ao DG e ao MJ para uma solução que eles sabem inviável neste governo.
Por tudo isso, eu me pergunto se uma “união” liderada pela ANSEF e estimulada por alguns Delegados como alternativa à Fenapef será capaz de modificar um quadro político que nem mesmo o DG e o MJ estão conseguindo superar?
E o mais grave com um erro estratégico, uma “união” que deliberadamente exclui a ADPF com o intuito de atribuir à atual gestão da entidade um caráter de isolacionismo.
O futuro vai mostrar quem está se enganando!