Mato Grosso está novamente na rota das ações da Polícia Federal. Nesta sexta-feira foi deflagrada mais uma operação federal, agora para desarticular um forte esquema de corrupção relacionado à cobrança judicial de royalties da exploração mineral. A operação ocorre em Mato Grosso e em mais 10 estados e no Distrito Federal.
A operação foi batizada de Timóteo em referência a um dos livros da Bíblia. Um dos alvos das investigações é um líder religioso suspeito de emprestar contas bancárias de sua instituição para ajudar a ocultar dinheiro. O alvo principal é o pastor Silas Malafaia, que tem negócios em Mato Grosso e um grande número de seguidore e que teria participado do esquema de corrupção por supostamente ter recebido valores do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. Segundo a PF, ele é suspeito de emprestar contas da instituição dele para ocultar parte do dinheiro.
Além de Mato Grosso, as ações da Polícia Federal ocorreram em Goiás, Bahia, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal.
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha agia junto a prefeituras para obter parte dos 65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) repassada aos municípios. Em 2015, o CFEM acumulou quase R$ 1,6 bilhão.
Segundo as investigações da Operação Timóteo, um diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) oferecia informações privilegiadas sobre dívidas de royalties a dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria.
Segundo as primeiras informações da Polícia Federal, Lilian Amâncio Valadares Moreira, o filho do governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), e outros dois advogados também são alvos da operação.
Ainda conforme as investigações, munidos das informações, os suspeitos entravam em contato com municípios que tinham créditos do CFEM junto a empresas de exploração mineral para oferecer seus serviços.
Por ordem da Justiça Federal, 300 policiais cumprem nesta sexta 4 mandados de prisão preventiva (sem prazo determinado), 12 de prisão temporária (de 5 dias prorrogáveis por mais 5), 29 conduções coercitivas (quando a pessoa é obrigada a ir prestar depoimento) e sequestro de 3 imóveis e bloqueio judicial de até R$ 70 milhões em contas dos suspeitos.
Ao todo, há mandados para 52 diferentes endereços relacionados à organização criminosa.
O juiz federal responsável pelo caso determinou que os municípios não contratem ou paguem nenhum dos escritórios de advocacia e consultoria sob investigação.
Fonte:24HorasNews