Cardozo defende PF por investigar Demóstenes

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu nesta quarta a Polícia Federal por ter continuado as investigações que levaram à prisão do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, mesmo após gravações mostrarem o envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). A defesa dos investigados tem pedido a nulidade das provas porque o senador só poderia ser investigado com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Garantia constitucional deve ser para impedir que investigações sejam feitas contra ele sem autorização, mas, agora, se essa pessoa que tem foro privilegiado acaba surgindo no bojo de uma outra investigação que tem outro foco, parar uma investigação como essa apenas ampliaria a impunidade no País”, disse Cardozo, que participou de uma audiência na Câmara dos Deputados.

Ele reafirmou que a PF agiu dentro da legalidade na Operação Monte Carlo. “Tenho absoluta convicção de que a Polícia Federal agiu no estrito cumprimento da lei e das ordens judiciais. A Polícia Federal fez uma investigação séria e cumpriu determinações do juiz”.

Cardozo diz estar à disposição para receber o presidente da CPI Mista do Cachoeira, Vital do Rêgo (PMDB-PB). Afirmou ainda que poderá repassar informações dos inquéritos sobre o tema se for solicitado pela comissão, instalada nesta quarta. “CPI tem, devido à Constituição, poderes de autoridade judicial. Na medida que o plenário da CPI aprovar a disponibilização de quaisquer documentos que efetivamente estejam no âmbito dos poderes dessa comissão, é claro que nós cumpriremos a determinação do Congresso Nacional”.

Ele ressaltou ainda que os dois delegados da PF presos na operação estão submetidos a um processo administrativo e poderão ser demitidos caso se comprove o envolvimento nos crimes.

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