Operação da PF desarticula esquema contra aposentados

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Os sete criminosos se apresentavam como funcionários da Justiça e exigiam pagamentos para liberar benefícios a servidores públicos
A PF (Polícia Federal) prendeu ontem sete pessoas acusadas de usar dados pessoais de funcionários públicos aposentados para aplicar golpes. Os criminosos foram presos em Brasília, Belo Horizonte (MG), São Luís (MA) e Parauapebas (PA), durante a Operação Bloqueio.
As investigações começaram há um ano e meio. A denúncia foi feita peloCNJ (Conselho Nacional de Justiça). A quadrilha se passava por funcionários do CNJ, desembargadores, juízes, procuradores e advogados. Com informações pessoais das vítimas, os bandidos cobravam um valor entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para liberar dinheiro de gratificações ou benefícios que teriam sido desbloqueados.
A PF não informou quantas pessoas caíram no golpe. “As vítimas estão espalhadas em todos os estados. Como a fraude era praticada por telefone facilitava este tipo de acesso”, explicou a delegada Fernanda Costa de Oliveira, que preside o inquérito.
A delegada informou que uma das vítimas tinha 91 anos e repassou R$ 98 mil aos estelionatários.
Prisão preventiva
Os golpista foram levados para as superintendências da PF nas quatro cidades, onde prestaram depoimento, mas devem ser transferidos para Brasília. Os nomes também foram mantidos em sigilo. A prisão preventiva será por cinco dias. Se condenados, os sete acusados poderão pegar, no mínimo, 8 anos de prisão por formação de quadrilha e estelionato, além de ser obrigados a pagar multa.
Os agentes também cumpriram três mandados de busca e apreensão, todos no Distrito Federal. O material apreendido foi levado para perícia no INC (Instituto Nacional de Criminalística). Foi descartada, por enquanto, a participação de funcionários do Poder Judiciário no esquema.
A PF quer saber, porém, como a quadrilha teve acesso ao cadastro dos servidores públicos aposentados. Uma das hipóteses é de que os dados tenham sido obtidos por hackers.
Orientações
A PF orienta a população a buscar informações na Justiça sempre que forem contatados sobre o pagamento de benefícios. Pedem, ainda, que se evite fazer depósitos de qualquer valor para pagamento de serviços em contas de pessoas físicas. “É triste ver as pessoas caindo nesse golpe, porque não vão rever esse dinheiro mais”, salientou a delegada Fernanda Costa de Oliveira.
Como funcionava o esquema
Os criminosos entravam em contato com os servidores públicos aposentados por telefone. Munidos de dados como RG, CPF, telefone e endereço, informavam a existência de um benefício financeiro. Para que o dinheiro fosse liberado, era cobrado um valor. Era exigido um pagamento antecipado em contas de pessoas físicas. Os recursos seriam para o pagamento de custos do processo e honorário dos supostos advogados que atuavam na causa.
A Polícia Federal informou que a maioria dos aposentados que fizeram os pagamentos sequer tinha algum processo pendente na Justiça.
Fonte: SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL

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