A Polícia Federal em Pernambuco informou, nesta quarta-feira (9), que os suspeitos flagrados com duas toneladas de maconha apreendidas na terça (8), em Olinda, no Grande Recife, usaram uma tática de camuflagem para fazer o transporte entre o Sertão da Bahia e o litoral pernambucano. Para não levantar suspeitas e evitar possíveis ações policiais nas rodovias, eles esconderam a maconha em uma carga de cebola. De acordo com a corporação, essa foi a maior apreensão do ano, no estado, desse tipo de entorpecente.
Segundo a PF, as duas toneladas de maconha seriam distribuídas no Grande Recife. Fazem parte da lista de áreas que receberiam a droga a capital pernambucana, além das cidades de Jaboatão, Cabo de Santo Agostinho, Paulista e Olinda, onde ocorreu a apreensão. O galpão, localizado no Bairro de Jardim Fragoso, funcionava como um grande estoque para os traficantes, que enviavam para os municípios pequenas quantidades para a venda.
A ação
Durante a ação que resultou na maior apreensão de maconha do ano, os agentes federais prenderam três suspeitos. São dois recifenses e um homem natural de Olinda. Dois deles não tinham passagens anteriores pela polícia. O outro já havia sido preso por assalto.
As prisões ocorreram no momento em que os suspeitos chegavam ao galpão. A PF recebeu informações de entrega de uma grande quantidade de maconha. Um dos homens monitorados estaria em um carro e se dirigia para Olinda.
Várias equipes de policiais federais foram mobilizadas. Por volta das 13h, o carro foi identificado perto de um terreno baldio. Outro automóvel suspeito passou a ser seguido também.
A ação terminou quando os policiais perceberam que um veículo tinha estacionado nas proximidades de um terreno baldio, enquanto o outro entrava em um galpão, permanecendo no local por alguns minutos. Quando saiu, se dirigiu até a Rodovia PE-15. Lá, houve a primeira abordagem.
Galpão
No primeiro carro, os federais encontraram 202 quilos de maconha. A droga estava no banco de trás e na mala do carro. As equipes, então, retornaram ao galpão para fazer uma inspeção minuciosa. No depósito estava um caminhão com placas do Recife. No meio da carga de cebola, estavam sacos plásticos e 1.866 quilos da droga.
Durante a ação no galpão, outra equipe de policiais federais também conseguiu prender, a alguns quilômetros dali, o condutor do outro automóvel. Um dos homens detidos pretendia levar parte da droga para Paulista.
Os três foram autuados por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Caso sejam condenados, poderão pegar penas que variam de 5 a 25 anos de reclusão.
Após a autuação, os presos realizaram exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, área central do Recife. Em seguida, foram encaminhados para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana.
Ainda nesta quarta, deverão ir para a audiência de custódia. Depois, os três ficarão à disposição da justiça estadual.
Estatísticas
Esta já é a 27ª apreensão de drogas feita pela PF este ano. Até agora, 34 pessoas foram presas. Em 2015, a corporação conseguiu prender 34 pessoas por tráfico.
Outras apreensões
No último mês de setembro, a PF apreendeu 102 quilos de maconha e 9,6 quilos de crack no município de Paulista, na RMR. Na ação, os agentes prenderam dois homens em uma residência e recolheram R$ 29,5 mil em dinheiro, um carro, uma moto, balanças de precisão e cinco celulares. Os dois detidos já tinham passagens anteriores pelo sistema penitenciário de Pernambuco: um deles estava no regime semiaberto por roubo seguido de morte.
A prisão aconteceu durante uma investigação de rotina. Os policiais receberam informações sobre tráfico em uma casa, usada como ponto de distribuição. Uma parte da droga estava na cozinha, embaixo da pia, e a outra, na área de serviço.
Ainda em setembro, 36 mil pés de maconha foram destruídos em uma fazenda localizada em Pedra, no Agreste de Pernambuco. O caso, ocorrido no dia 20, foi divulgado somente na semana seguinte. De acordo com a PF, dois homens foram detidos no local suspeitos de cultivar o plantio e montar uma tubulação de 2 km para irrigar os pés de maconha.
Fonte: O Globo/G1
