A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (21/10) a 10ª fase da Operação Acrônimo, que investiga o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), por suspeita de corrupção. Desta vez, os policiais fazem quatro ações de busca e apreensão por documentos, três em empresas de Minas Gerais e uma no Rio de Janeiro. Uma das empresas é a construtora Egesa, apurou o Correio.
As ordens foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O órgão determinou sigilo das investigações. O governador é acusado de se beneficiar de um esquema de corrupção a partir de empresas que mantinham contratos com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), no qual ele foi titular durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Até então amigo do Pimentel, o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, fechou acordo de delação premiada para reduzir suas punições. Um dos episódios contados por ele dá conta que o governador “explicou ao colaborador que havia intermediado um interesse da OAS na construção de um gasoduto no Uruguai”, na gestão do então presidente daquele país Pepe Mujica.
Segundo Bené, a OAS se comprometeu a doar R$ 3 milhões para a campanha do governador em 2014. “Nessa contou o delator em depoimento em 12 de maio. O então ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, “informou que tinha contatos com o então chefe da Casa Civil do (ex-)presidente (do Uruguai Pepe) Mujica, o que viabilizou a contratação da OAS para construção do gasoduto”.
Em 23 de setembro, a Polícia Federal deflagrou a 9ª fase da Acrônimo, quando foi cumprir ordem de condução coercitiva contra o chefe da Casa Civil do governo mineiro, Marco Antônio Rezende Teixeira, executivos da empreiteira OAS, e ações de busca na MOP Consultoria e Assessoria Empresarial, ligada a Rezende, e na OPR, de Otílio Prado, que foi sócio de Pimentel quando a firma chamava-se P21 Consultoria. O presidente da estatal informática do governo de Minas (Prodemge), Paulo de Moura Ramos, foi alvo de condução coercitiva e busca e apreensão
O advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, tem criticado as ações da polícia. Hoje, ele disse ao Correio apenas que desconhecia os mandados da PF na Acrônimo. “Essa operação já se esgotou”, disse ele ao jornal em 23 de setembro. “O que resta é o gosto pelos holofotes e a busca desesperada de provas que não existem. E de fatos que as autoridades tiveram notícia desde o ano de 2014. Não existe nem nova fase na Acrônimo. O único fato verdadeiro é que a operação agoniza lentamente, diante das inúmeras ilegalidades e abusos praticados desde o seu início.”
A assessoria da Polícia Federal disse que uma ordem judicial a impede de prestar informações. A assessoria do STJ ainda não prestou esclarecimentos ao Correio.
Fonte: Correio Braziliense