Segurança Pública e o estresse ocupacional

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Por Luciano T. Spicacci*
O local de trabalho é o lugar onde passamos boa parte de nossas vidas. Nele realizamos sonhos, concretizamos ações e algumas vezes nos decepcionamos. Quando esse ambiente diz respeito a alguma instituição de Segurança Pública a satisfação e a cobrança são bem maiores, visto pela ótica do bem comum coletivo.

A gama de diversidade de ações que um agente de Segurança Pública é submetido varia em muito pouco tempo, pois em algumas ocasiões deve-se ter agressividade controlada para enfrentar as situações inerentes ao perigo; já em outras, cordialidade e espírito comunitário, uma vez que o público alvo de atuação desses profissionais não são apenas os “bandidos”, mas também cidadão de bem. O conjunto de todos esses fatores resulta em efeitos como estresse ocupacional.
É corriqueiro o acometimento do estresse em muitas profissões, contudo, nestas especificamente, fatores internos e externos pesam concomitantemente nos agentes de segurança pública. Ainda mais ao saber que qualquer erro pode acarretar em vidas, por isso, a cobrança para desempenhos e realizações de ações “quase que perfeitas” por parte dos superiores e até mesmo pela própria sociedade gera internamente muita tensão nas equipes organizacionais e externamente pressão social. Os profissionais são humanos, porém, vivem dois extremos: o julgo do erro que é visto por muitos como não inerentes da humanidade se realizados por esses profissionais e a mística do herói.
A corroborar como essa visão, o habitat laboral cria condições favoráveis para perpetuar raízes, entre seus membros, de individualismo. E através disso, o profissional passa a desenvolver síndromes de se achar “inútil” para sociedade e o problema agrava-se ainda mais diante de falta de condições de trabalho.
Pronto, está criado um ambiente de estresse ocupacional e proveniente dele surgem doenças físicas como: cefaléias, enfarte precoce, taquicardia, abafamento no peito, palpitações etc. Além disso, infelizmente, existem também doenças  psicológicas como: mão fria, pesadelos, dúvidas quanto a si mesmo, vontade de fugir de tudo e de todos, insônia…
Assim, com base nesses dados a Organização Mundial de Saúde (OMS) em estudo feito, constatou que a segunda profissão que mais causa estresse ocupacional e aquela ligada à atividades de segurança pública, ficando atrás somente dos mineradores que foi a primeira em etapas de estresse.
Diante da realidade vivenciada por esses homens e mulheres, que são responsáveis pelo bem estar comum de todos, se faz necessário adotar medidas preventivas a tais síndromes. Como por exemplo: incentivar atividades físicas, culturais e ambientais para promover um encontro com algo que foi perdido durante o duro percurso. Para que através disso, possibilite o aumento do bem estar dos servidores e até mesmo do nível de produtividade, que por sua vez, fica comprometido, ao exigir deles tais cobranças que perpassam as suas capacidades cotidianas.
Portanto, as tensões já fazem parte da vida dos profissionais, tanto em seu ambiente de trabalho, quanto na vida de um modo geral. Por essa razão se faz necessário adotar medidas preventivas e curativas direcionadas a esses profissionais que escolheram servir a sociedade como meio de sobrevivência. O estresse ocupacional não pode ser visto como um peso e duas medidas para não originar o julgamento precipitado. O problema é grave e reflete diretamente na sociedade. Por isso, deve-se buscar soluções plausíveis no que tange as atividades laborais desses profissionais.
*Luciano T. Spicacci é servidor público e escritor

Fonte: www.policiacivil.go.gov.br

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