José Carlos Bumlai iria depor nesta terça-feira na CPI do BNDES.
A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (24/11), o empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prestaria hoje um depoimento na CPI do BNDES. Ele foi detido em um hotel de Brasília, a poucos metros do Palácio da Alvorada. Bumlai será levado para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
A Operação Lava-Jato deflagrou a 21ª fase do caso, apelidada de “Passe Livre”. Cento e quarenta policiais cumprem ainda 25 mandados busca e apreensão de seis de condução coercitiva, quando o investigado é levado para prestar depoimento e é liberado em seguida. A operação busca “indícios de fraude” em licitação na contratação de um navio-sonda da Petrobras. As ações ocorrem em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Lins (SP), Piracicaba (SP), Campo Grande (MS) e Dourados (MS).
Bumlai foi acusado pelo empresário Salim Schain de pegar um empréstimo em seu banco e não pagar. Em troca, ele conseguiu a que o grupo empresarial obtivesse a operação do navio-sonda da Petrobras Vitória 10.000. O empresário disse que Bumlai afirmou que o dinheiro era para o PT e que a dívida acabou sendo perdoada.
Já o ex-diretor da Petrobras Eduardo Musa disse à PF que o ex-dirigentes de Internacional da estatal Nestor Cerveró e Luis Moreira lhe disseram que a empreiteira Schain deveria operar a sonda Vitória 10.000 para financiar o PT. A dívida era de R$ 60 milhões na campanha de 2006, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito.
O lobista Fernando Baiano ainda afirmou que pagou a Bumlai R$ 2 milhões como adiantamento de uma comissão pela intermediação dele com o ex-presidente Lula para que a OSX, de Eike Batista, fosse contratada para construir sondas para a Petrobras. De acordo com o operador, o pecuarista disse que o dinheiro era destinado a uma nora de Lula.
Quando os três depoimentos foram divulgados, o pecuarista afirmou que quitou o débito do Schain por meio de sêmen de bois, o que estaria documentado. Também afirmou que nunca usou o nome do ex-presidente. O PT e Lula negaram recebimento de qualquer valor ilegal do esquema.
Complexas medidas
Na Operação de hoje, a PF relata que a licitação envolveu “complexas medidas de engenharia financeira foram utilizadas pelos investigados”. O objetivo era “ocultar a real destinação dos valores indevidos pagos a agentes públicos e diretores” da Petrobras.
Os crimes investigado na 21ª fase são fraudes a licitação, falsidade ideológica, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
Fonte: Correio Braziliense